Fique atento a cada detalhe – Review de O Bosque

 
La Forêt (O Bosque) é uma série francesa criada
por Delinda Jacobs, dirigida por Julius Berg e distribuída no Brasil
pela Netflix. Apesar de ter sido
anunciada como uma série para os amantes de Stranger Things e Dark, talvez você fique
um pouco desapontado ao iniciar sua maratona já que O Bosque não traz um grupo
de crianças fofinhas, pessoas com poderes, referências aos anos 80 ou um grupo
de cientistas ou religiosos brincando de Deus.
Se for para comparar, o enredo da série francesa se aproxima
mais ao de The Sinner, estrelada por Bill Pullman e Jessica Biel. Sim, estamos diante de uma história de investigação
em seis episódios de quase uma hora que podem ser maratonados em um único dia.
Em relação à história, tudo se inicia a partir do
desaparecimento de Jennifer (Isis Guillaume), uma estudante de 16
anos, no meio do tal bosque que dá nome à série. A investigação fica por conta
do chefe de polícia Gaspard (Samuel Labarthe) e toda sua equipe, que
em vários momentos aparentam total despreparo e tropeçam em erros primários.
Por um lado é até entendível algumas atitudes da policial Virgine (Suzanne Clément),
que entra em desespero quando a filha também acaba desaparecendo e teme que ela
tenha o mesmo destino de Jennifer, esta última encontrada morta no meio do
bosque. Entretanto, por diversas vezes ela age no calor do momento atrapalhando
vários passos da investigação.

Outro erro na série é quando um dos prováveis suspeitos do
crime tenta apagar qualquer traço que o ligue à vítima. O indivíduo entra
normalmente na delegacia e, sem usar luvas, rasga o lacre da caixa que guarda
as amostras de DNA coletadas. E o que acontece quando a polícia percebe que o
lacre foi violado? Simplesmente nada.

Apesar disso, os pontos positivos da série se destacam bem
mais. A narrativa é ágil e preza pelos detalhes e sempre deixa a sensação de
desconfiança no ar. O espectador nunca sabe o que realmente está acontecendo e
novas informações sempre são jogadas a cada episódio, o que nos coloca como
detetives na história. Às vezes, um olhar trocado em um episódio vai fazer
total sentido só bem depois. Ou uma cena que parece ter sido jogada
aleatoriamente vai se mostrar importante (ou não) em determinado momento.

Mas, de todos os personagens, o mais interessante é Eve Mendel (Alexia Barlier), a professora de francês da escola onde Jennifer
estudava. Eve acaba sendo a verdadeira detetive da história e descobre
mistérios antes mesmo da própria polícia. E por falar em mistérios, ao longo da
série vamos começar a perceber que Eve e o que anda acontecendo na cidade estão
estritamente ligados, e aí somos colocados diante de duas histórias com o
seguinte questionamento: quem é o assassino de Jennifer e o que há no passado
de Eve, já que ela foi encontrada perdida aos seis anos de idade e passou
alguns anos de sua infância dentro do bosque?

Ainda é cedo pra dizer se haverá uma segunda temporada já
que o final nos dá indícios de uma provável continuação, mas se você gosta de
brincar de detetive ou prefere séries mais curtas, O Bosque é uma excelente
sugestão.
Nota:

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