A hierarquia da DC tropeça! – Review de Adão Negro

A DC tem trilhado um caminho de altos e baixos desde a criação de seu universo compartilhado que estartou com O Homem De Aço do diretor Zack Snyder, lançando Henry Cavill ao estrelato. Muitas águas rolaram e James Gunn se tornou um nome forte na empresa, tendo até este momento um novo e secreto projeto na DC Films (que está sem um presidente para chamar de seu).

Sabendo exatamente sobre o status da Distinta Concorrência que Dwayne “The Rock” Johnson tornou-se o grande marqueteiro do filme e soube vender a história de origem de Teth-Adam, o grande rival de Shazam. Ele está há quinze anos desejando tirar Adão Negro do papel e quando confirmado disse que “a hierarquia da DC está para mudar“.

Mas como tal mudança seria possível se a história apresentada tem típicos erros genéricos de tantas outras produções? Um roteiro frágil (embora haja uma ideia interessante); um péssimo e unidimensional antagonista; personagens coadjuvantes que embora divertidos não têm peso à trama; e por fim, um protagonista que por mais carismático se limita à caras e bocas e (tentativas) de frases de efeito.

Junte tudo isso à uma introdução corrida, mau desenvolvimento ao decorrer da história, aparições gratuitas sem peso e uma resolução ao terceiro ato às pressas e insosso, e temos Adão Negro dirigido por Jaume Collet-Serra e roteirizado por Adam Sztykiel, Rory Haines e Sohrab Noshirvani.

Na antiga Kahndaq, Teth-Adam (Johnson) recebeu habilidades de antigos deuses, mas ele os usa para vingança ao se tornar Adão Negro. Ele então é aprisionado e quase cinco mil anos depois desperta desafiando a Sociedade da Justiça formada por Gavião Negro (Aldis Hodge), Senhor Destino (Pierce Brosnan), Esmaga-Átomo (Noah Centineo) e Ciclone (Quintessa Swindell).

A trama pode até divertir por ter como base a cinematografia de Snyder, ou um competente design de produção, e uma ou duas boas surpresas além do carisma do elenco. Mas até mesmo o entretenimento na ação deixa a desejar por não haver uma progressão orgânica te preparando para o clímax. Tudo está sempre em seu ápice como num filme de Michael Bay com incessantes explosões e zero aprofundamento da grande real ameaça.

O roteiro beberica de Man Of Steel, um filme redondinho do início ao fim, mas nem por isso há garantia de uma melhor lapidação em Adão Negro. As lutas em O Homem De Aço externalizam a urgência emocional de Superman ao proteger as pessoas, mesmo que errando no processo por ser um herói em formação. Aqui cada peleja contra a Sociedade da Justiça não tem sentindo, é luta pela luta. Embates que poderiam (e deveriam!) ser evitados numa simples linha de diálogo, e assim focar num melhor desenvolvimento e aprofundamento para cada personagem.

No mais, assistimos uma obra preguiçosa e claramente ciente das próprias limitações de roteiro por que as explosões e porradaria simplesmente não cessam! E isso é indefensável já que desde 2007 existem planos para Adão Negro estar nas telonas e já naquela época foi cantado que The Rock seria o escolhido.

O fan service pra te garantir que super-heróis coexistem está ali, há muito potencial e é sim de arrancar sorrisos e refrigerar a alma dos mais inquietos. Mas infelizmente o longa carece no básico que é saber narrar um conto que deveria ser épico, apresentando um anti-herói rico em sua concepção para assim de fato mudar a hierarquia da DC.

Nota do autor: A hierarquia da DC tropeçou, mas segue em frente

Nota 02 de 04

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